Muitos funcionários têm características de elevada dedicação ao trabalho e de responsabilidade com as tarefas assumidas. Quando estão associados a um ambiente de cobrança ou de permanente pressão, podem se constituir em um terreno fértil para o surgimento da síndrome de burnout.
Esse distúrbio entre os trabalhadores tem encontro marcado com o ceticismo, a raiva e a depressão, que resultam em perdas significativas para a empresa. Continue neste post e saiba o que é a síndrome de burnout e o que fazer para evitar o seu surgimento.
O que é a síndrome de burnout?
A síndrome de burnout ou do esgotamento profissional é um distúrbio psíquico resultante de uma condição de estresse severo e prolongado no ambiente de trabalho, que pode ser de natureza física, emocional e psicológica.
De modo geral, ela surge quando ocorre um descompasso entre uma tarefa que deve ser cumprida e as condições disponíveis insuficientes para fazê-lo. A pessoa sente que a meta não será cumprida, padecendo de uma desilusão e de um sentimento de culpa, como se não fosse capaz de dar conta.
No entanto, a síndrome também pode ser induzida pelo próprio indivíduo, quando tem por hábito avaliar sua autoestima em razão do sucesso profissional alcançado. Se não percebe que é reconhecido, desperta em si o desejo de se afirmar no trabalho, tornando-se compulsiva e conduzir ao quadro de estresse.
Dessa forma, a doença surge em um ambiente laboral inadequado e hostil, de fato ou apenas na visão da própria pessoa. A partir daí o indivíduo assume uma posição fatalista e excessivamente crítica com relação ao trabalho.
A descrição da síndrome de burnout se deu no início dos anos 1970, quando o psiquiatra Herbert J. Freudenberger a observou em si mesmo. O médico a descreveu como “um estado de esgotamento físico e mental cuja causa está intimamente ligada à vida profissional”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS), assim como o Brasil, a reconhecem como uma doença ocupacional. Por esse motivo, é admitido o afastamento do indivíduo do ambiente de trabalho para condução do tratamento.
Quais são os seus principais sintomas?
A síndrome de burnout é um processo gradual que evolui com o tempo e, por essa razão, deve ser acompanhada desde os primeiros sintomas. Para isso, é preciso sensibilidade para se suspeitar de que um ou mais funcionários estão enveredando por esse caminho. Nesse sentido, três características marcam o indivíduo que desenvolve a síndrome:
a exaustão física e emocional; o ceticismo e o afastamento afetivo; a redução da satisfação com a própria produtividade.
Acompanhando o quadro emocional, podem surgir sintomas físicos, como:
- cansaço extremo;
- desgaste físico;
- tensão pelo corpo;
- dor de cabeça;
- hipertensão;
- palpitação;
- insônia;
- lteração brusca de peso.
Ao longo do processo de instalação da síndrome, estados de ansiedade e depressão são acompanhados de uma significativa redução na capacidade imunológica do corpo. Como resultado, instala-se uma propensão a adoecer mais facilmente em razão, sobretudo, de infecções.
Os sintomas que surgem vão aos poucos reduzindo drasticamente a capacidade produtiva da pessoa e, ao mesmo tempo, reforçando a queda da autoestima anteriormente observada. Isolamento, irritação e raiva podem tornar ainda mais difícil a coexistência com os colegas.
Qual a importância da atuação preventiva da empresa?
Excesso de trabalho em regime de horas extraordinárias, elevados níveis de exigência e metas inalcançáveis, entre outras razões, caracterizam o ambiente propício ao desenvolvimento da síndrome. Seu surgimento entre os colaboradores da empresa pode desestabilizar a organização deixando um saldo de sérios prejuízos.
Assim, uma redução marcante na produtividade com a desvalorização do trabalho e perda de segurança no emprego pode ser desastrosa para a empresa. Nesse quadro, crescem os casos de acidente do trabalho, afastamento médico e absenteísmo.
Por essa razão, um cuidado que merece toda atenção é a abordagem preventiva do problema. Com iniciativas que levem em consideração a possibilidade do aparecimento da doença, seu desenvolvimento pode ser evitado.
O que pode ser feito?
A síndrome de burnout pode ser tratada e, desse modo, chegar a resultados positivos. No entanto, bem mais importante é evitar que ocorra e que se desenvolva dentro da empresa. Para isso, às vezes são necessárias adequações nas rotinas produtivas e no próprio ambiente de trabalho.
Como se trata de um processo gradual, o diagnóstico inicial permite atuar antes que a síndrome se desenvolva completamente. Porém, o mais importante é a atuação preventiva da empresa reduzindo as possibilidades de que evolua. Nesse sentido, deve ser considerada uma ampla revisão nos processos de produção e no ambiente de trabalho, destacando-se, entre outras:
- adequação da infraestrutura existente;
- eliminação de tarefas inúteis;
- definição de metas realizáveis;
- investimento em qualidade vida para os colaboradores.
Por sua vez, a reavaliação das possíveis condições de assédio moral nas rotinas estressantes e na política de metas da organização é essencial. Além disso, a própria empresa deve orientar os colaboradores para uma condução de suas próprias iniciativas preventivas, que podem ser assim resumidas:
- aprender a desconectar-se do trabalho após o expediente;
- planejar horas de descanso;
- dedicar-se a outras atividades;
- conhecer os sinais do corpo;
- adotar exercícios respiratórios e práticas relaxantes;
- fazer intervalos durante o trabalho.
A empresa pode, ainda, dar uma grande contribuição promovendo encontros e palestras sobre o tema. Com isso, pode fazer chegar aos colaboradores a melhor orientação para lidar com as questões que mais afetam a cada um.
O contexto ideal é o de um ambiente de trabalho onde cada funcionário possa se sentir seguro e valorizado. As metas definidas precisam ser realistas e as conquistas devem ser comemoradas, ainda que com simples palavras de reconhecimento.
O custo que distúrbios como a síndrome de burnout podem trazer para a empresa é muito maior que o investimento que deve ser feito em saúde na organização. Assim, dentro de um contexto mais amplo, a empresa deve considerar o que pode ser melhorado em sua proposta de qualidade de vida para os funcionários.
A síndrome de burnout pode ser evitada, e a atenção que for dada à saúde dos colaboradores é um investimento que reduz perdas e assegura melhores resultados. Desse modo, não apenas a produtividade é melhor, mas a segurança e a confiança na empresa passam a contribuir para a retenção de talentos.
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